domingo, 23 de junho de 2013

Rins

Os dois rins localizam-se ao lado da coluna vertebral, abaixo do diafragma e do fígado. Cada rim adulto pesa aproximadamente 160g, possui um comprimento cerca de 11 cm e uma largura de 5 - 7 cm ( aproximadamente o tamanho de um punho). A urina produzida nos rins é drenada para o interior de uma cavidade denominada pelve renal e , a seguir, é canalizada de ambos rins através de longos ductos, os ureteres, ate a bexiga urinária.
Um corte coronal do rim mostra duas regiões distintas. O córtex externo, o qual e castranho avermelhado e com aspecto granuloso por causa de seus capilares. A região mais profunda, ou medula, é a mais clara e a presença de túbulos e vasos sanguíneos microscópicos lhe conforem um aspecto listrado. A medula é composta de oito a quinze pirâmides renais separadas por colunas renais.
A cavidade do rim é dividida em várias porções. Cada pirâmide projeta-se no interior de uma pequena de pressão denominada cálice menos. Vários cálices menores se unem para formar um cálice maios, em forma de funil. A pelverenal coleta a urina dos cálices e transporta para os ureteres e estes para a bexiga urinária. A bexiga urinária é um saco de armazenamento de urina, e a quantidade nela contida determina a sua forma. A bexiga urinária é drenada inferiormente pela uretra tubular.

Estrutura Renal

Cada rim cóntem muitos túbulos minúsculos que desembocam uma cavidade drenada pelo ureter.  Cada um dos túbolos recebe o filtrado sanguíneo de um leito capilar denominado glomérulo. O filtrado é similar ao líquido intersticial, mas ele é modificado à medida que passa através das diferentes regiões do túbolo até se transformar em urina. Os túbolos e os vasos sanguíneos associados formam as unidades funcionais dos rins, conhecias como néforns.

Função Renal

A principal função dos rins é a regulação do líquido extracelular (plasma e líquido intersticial) do corpo. Isso é possível por meio da formação da urina, que é um filtrado modificado no plasma. No processo de formação da urina, os rins regulam o volume do plasma sanguíneo ( e, consequentemente, contribuem significativamente para a regulação da pressão arterial); a concentração de produtos da degradação metabólica do sangue; a concentração de eletrólitos (Na+, K+, HCP3- e outros íons) no plasma; e o pH plasmático. Para compreendermos como os rins realizam sua função, é necessário um conhecimento da estrutura renal.

Funcionamento dos Rins


O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares. O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular.
O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio.
A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular para os capilares sanguíneos, ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais.
Estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma, porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia. Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas. Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim em direção ao coração.

Néfron

O néfron é unidade funcional dos rins, cada rim possui aproximadamente um milhão de néfrons e cada um deles é capaz de formar urina. O rim não consegue regenerar novos néfrons e portanto uma lesão renal, seja por doença ou envelhecimento, causa um gradual declínio no número de nefrons disponíveis.
Cada néfron contém um grupo de capilares glomerulares (chamado de glomérulo) , pelo qual grandes quantidades de líquidos são filtrados pelo sangue;  também possui um longo túbulo, no qual o líquido filtrado é convertido em urina no trajeto para a pelve renal. O glomérulo contém uma rede de capilares glomerulares que se unificam e se ligam (ou anastamosam) e que, comparados a outros capilares, possuem uma pressão hidrostática alta. Os capilares glomerulares são cobertos por células epitaliais, e todo o glomérulo esta envolvido pela cápsula de Bowman. O líquido filtrado dos capilares glomerulares flui para o interior da cápsula Bowman que posteriormente é encaminhado para o interior do túbulo proximal, que situa-se na zona cortical renal.
A partir do túbulo proximal  o líquido flui para o interior da alça de Henle, é enviado para o interior da medula renal. Cada alça consiste em um ramo descendente e um ascendente. No final do ramo ascendente está  um segmento curto, conhecido como mácula densa, o qual possui um papel importante para no controle da função do néfron. Após passar pela mácula densa o líquido é encaminhado para o túbulo distal,  através dos ductos coletores, e esvaziado na pelve renal pelas extremidades das papilas renais.

Função Glomerular

Pelo processo de ultrafiltração do plasma sanguíneo, o glomérulo produz quantidades enormes de líquido tubular, cujo volume e composição são modificados por absorção, ou por secreção, de acordo com as necessidades do corpo, para reter, ou para excretar, substâncias específicas. O processo de filtração está, de forma muito íntima, associado ao fluxo sanguíneo renal e à pressão, que podem ser considerados juntos.

Filtração Glomerular

Os capilares glomerulares possuem poros em suas paredes, e a camada da cápsula glomerular (de Bowman) que está em contato com o glomérulo possui fendas de filtração. Portanto, a água, juntamente com solutos dissolvidos (excetuando-se as proteínas), pode passar do plasma sanguíneo para o interior da cápsula e dos túbulos renais. O volume desse filtrado produzido por ambos os rins por minuto é denominado taxa de filtração glomerular (TFG).

Reabsorção de Água e Sal

A maior parte do sal e da água filtrados do sangue retorna ao sangue através da parede do túbulo contornado proximal. A reabsorção de água ocorre pela osmose, em que a água acompanha o transporte de NaCl do túbulo para o interior dos capilares circundantes. A maior parte da água remanescente no filtrado é absorvida através da parede do túbulo coletor na medula renal. Isso ocorre em consequência da alta pressão osmótica do líquido intersticial circudante, que é produzido por processos de transporte de alça de Henle.

Função Tubular

Após o filtrado glomerular ter passado pela cápsula de Bowman, chega ao sistema tubular. O que não for reabsorvido, passa para a pelve renal, onde será eliminado como urina. Assim, as substâncias podem ser reabsorvidas, ou secretadas, através das células epiteliais tubulares, ou por entre as células, por meio das junções fechadas ou dos espaços intercelulares laterais.

Vasos Sanguíneos Renais

O sangue arterial entra no rim através da artéria renal, que se divide em artérias interlobares que passam entre pirâmides, através das colunas renais. As artérias interlobares dividem-se em artérias arqueadas na transição entre o córtex e a medula. Muitas artérias arqueadas na transição entre o córtex e a medula. Muitas artérias interlobulares irradiam-se das artérias arqueadas, se distribuem no interior do córtex e subdividem-se em numerosas arteríolas aferentes, as quais são microscópicas. As as arteríolas aferentes liberam sangue para os glomérulos. O sangue remanescente de um glomérulo o deixa através da arteríola eferente, que drena o sangue para o interior de uma outra redecapilar.
Este arranjo de vasos sanguíneos é o único no organismo, no qual um leito capilar (o glomérulo) é drenadopor uma arteríolo e não por uma vênula e é liberado para um leito capilar secundário localizado a jusante ( os capilares peritubulares). O sangue dos capilares peritubulantes é drenado é drenado para o interior de veias que correm em paralelo ao trajeto das artérias do rim. Essas veias são denominadas veias interlobulares, veias arqueadas e veias interlobares. As veias interlobares descem entre pirâmides, convergem e deixam o rimcomo uma única veia renal, a qual drena na veia cava inferior.

Reflexos da Micção


Dois esfíncteres musculares circundam a uretra. O esfíncter superior, composto por múscolo liso, denomina-se esfíncter interno da uretra. O esfíncter inferior, composto por músculo esquelético voluntário, é denominado esfíncter externi da uretra. As ações desses esfíncteres são reguladas no processo de micção.
A micção é controlada por um centro reflexo localizado no segundo, terceiro e quarto níveis sacrais de medla espinhal. O enchimento da bexiga urinária ativa receptores de estiramenti que enviam impulsosno centro da micção. Com consequência, neurônios parasimpáticos são ativados, produzindo contrações rítmicas do músculo detrusor da bexiga urinária e o relaxamento do exfíncter interno da uretra. Nesse ponto, uma sensação de urgência é percebida pelo encéfalo, mas ainda  existe um controle voluntário sobre esfíncter externo da uretra. Quando a micção é permitida voluntariamente, tratos motores descendentes ao centro da micção inibem fibras somáticas motoras que inervam o esfíncter externo da uretra. Esse músculo então relaxa, e a urina é expelida. A capacidade de inibir voluntariamente a micção geralmente se desenvolve em torno dos dois ou três anos de idade.

Doenças Renais

Tumores Renais: O rim pode ser acometido de tumores benignos e malignos. E as queixas são de massas palpáveis no abdômen, dor, sangue na urina e obstrução urinária.
Doenças Multissistêmicas: O rim pode se ver afetado por doenças reumáticas, diabete, gota, colagenoses e doenças imunológicas. Podem surgir alterações urinárias em doenças do tipo nefrite, geralmente com a presença de sangue e albumina na urina.
Nefrite: Caracteriza-se pela presença de albumina e sangue na urina, edema e hipertensão.
Infecção Urinária: Dor, ardência e urgência para urinar. O volume urinado torna-se pequeno e frequente, tanto de dia como de noite. A urina é turva e mal cheirosa podendo surgir sangue no final da micção. Nos casos em que a infecção atingiu o rim, surge febre, dor lombar e calafrios, além de ardência e urgência para urinar.
Cálculo Renal: A cólica renal, com dor no flanco e costas é muito característica, quase sempre com sangue na urina e em certos casos pode haver eliminação de pedras.
Obstrução Urinária: Ocorre quando há um impedimento da passagem da urina pelos canais urinários, por cálculos, aumento da próstata, tumores, estenoses de ureter e uretra. A ausência ou pequeno volume da urina é a queixa característica da obstrução urinária.
Insuficiência Renal Aguda: É causada por uma agressão repentina ao rim, por falta de sangue ou pressão para formar urina ou obstrução aguda da via urinária. A principal característica é a total ou parcial ausência de urina.
Insuficiência Renal Crônica: Surge quando o rim sofre a ação de uma doença que deteriora irreversivelmente a função renal, apresentando-se com retenção de uréia, anemia, hipertensão arterial, entre outros.
Doenças Congênitas e Hereditárias: Um exemplo dessas doenças é a presença de múltiplos cistos no rim (rim policístico).
Nefropatias Tóxicas: Causadas por tóxicos, agentes físicos, químicos e drogas. Caracterizam-se por manifestações nefríticas e insuficiência funcional do rim.

Substituição Renal


Diálise Peritoneal: Este tipo de diálise aproveita a membrana peritoneal que reveste toda a cavidade abdominal do nosso corpo, para filtrar o sangue. Essa membrana se fosse totalmente estendida, teria uma superfície de dois metros quadrados, área de filtração suficiente para cumprir a função de limpeza das substâncias retidas pela insuficiência renal terminal.
Para realizar a diálise peritoneal, devemos introduzir um catéter especial dentro da cavidade abdominal e, através dele, fazer passar uma solução aquosa semelhante ao plasma. A solução permanece por um período necessário para que se realizem as trocas. Cada vez que uma solução nova é colocada dentro do abdômen e entra em contato com o peritônio, ele passa para a solução todos os tóxicos que devem ser retirados do organismo, realizando a função de filtração, equivalente ao rim. 

Hemodiálise: Na hemodiálise, é usada uma membrana dialisadora, formada por um conjunto de tubos finos, chamados de filtros capilares.
Para realizar a hemodiálise, é necessário fazer passar o sangue pelo filtro capilar. Para isso, é fundamental ter um vaso resistente e suficientemente acessível que permita ser puncionado três vezes por semana com agulhas especiais. O vaso sangüíneo com essas características é obtido através de uma fístula artéria venosa (FAV). 

Transplante Renal: Quando os rins sofrem prejuízo irreversível de suas funções, pode-se tentar o transplante renal, que é a substituição de um dos rins do paciente por um rim sadio, podendo ser obtido por doadores vivos ou mortos. Quando este for vivo, o doador passa a viver com apenas um rim, o que é perfeitamente compatível com a vida.
É necessário esta certa compatibilidade entre os sistemas imunitários do doador e do receptor para evitar que o rim implantado seja rejeitado. Mesmo assim, o receptor de um transplante tem de tomar permanentemente medicamentos que deprimem parcialmente seu imunitário para evitar rejeição. O único caso em que não já rejeição é quando o transplante é feito entre gêmeos univitelinos.